Aprendizados de inverno
É quando colocamos as coisas em perspectiva que podemos analisar com calma e realmente ver o que está diante de nós. Imersos em nós, nos misturamos ao que vai n’alma e a identificação com nossa história é como um véu que nos cega para a realidade.
E o que é a realidade?
A velha sábia diria que é abundância (de vida, afeto, alimento, amor, plenitude…), que a realidade se constrói fio a fio pela paciência e persistência, pelo estudo fino de si e pela experiência.
E o que é a experiência, senão um punhado de passagens desafiadoras e excitantes? Sem os “erros”, não haveria aprendizado, nem acertos, nem evolução.
A reclusão do inverno tem me ensinado que a vida é um eterno recomeçar. Finalmente, começo integrar o conceito de equanimidade e a compreender em cada fibra do meu ser o significado de resiliência.
Senhora de mim <3
Eu estou aqui
Coberta de flor
Com meu colar de penas
Honrando minhas raízes
Nas mãos os fios que tecem os rumos da vida
Nessa teia noturna
As estrelas iluminam meu caminho
O tempo é meu amigo
E a noite meu campo de trabalho
Com doçura e paciência
Adentro o fundo do meu mar
Levo um ramo de cada erva
Que pode me ajudar
Nessas profundezas me recolho
Transmuto tudo com a delicadeza de uma borboleta
E na alquimia da consciência
Meus pensamentos são pássaros
Que voam em direção à lua – grande Mãe!
Que ilumina cada gota de orvalho
E conduz as águas do meu coração
Só teço sonhos e desejos
Pois a grande sábia é desperta em mim.
*Inspirado na pintura de Jo Jayson e nas canções que embalam meu coração nesses dias de inverno.